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Qual é a regra para o uso do Rapé?



Isso é um assunto simples e ao mesmo tempo delicado, pois embora possamos falar sobre o uso consciente e direcionado da medicina, mas sempre fica a grande pergunta: o que é o uso consciente e quem é detentor da melhor direção?

Nesse vespeiro do qual não vejo vantagem nenhuma de entrar, tentarei focar apenas nos conhecimentos tradicionais e também claro, trazendo um pouco da minha opinião e experiência para esse pequeno texto.


O Rume, mais conhecido como Rapé, é uma combinação de plantas como o tabaco e o Tsunu. Estou falando do Rume tradicional Yawanawa, pois outros povos utilizam outras cinzas de plantas para misturar ao tabaco, sem ser o tsunu.


Essa combinação feita através de uma ritualística bem rústica e exaustiva, dá surgimento a esta sagrada medicina que assopramos em nossos narizes, ou no nariz de outras pessoas. Existem duas formas de fazer a consagração do Rume: você pode fazer a auto aplicação através de um Kuripe (instrumento de sopro individual), ou você pode receber um sopro, ou soprar em alguém através de um Tepi (instrumento de sopro coletivo).


Perguntas Comuns sobre o Uso do Rapé


  1. Qual é a regra para ter esse momento com a medicina?

  2. Fiz sexo no dia anterior ou até no mesmo dia, posso consagrar um Rapé?

  3. Bebi álcool, devo esperar quanto tempo até consagrar?

  4. Estou numa balada, e senti de tomar um Rapé olhando para o dj, pode?


Essas perguntas são comuns para quem busca uma relação mais consciente com o Rapé, e as respostas variam de acordo com a tradição, a intenção e o contexto em que a medicina será consagrada.


Sexo e Rapé


Na nossa tradição e em outras culturas indígenas, o ato sexual é visto como uma troca profunda de energia. Veja, existe uma diferença muito grande em tomar consciencia do poder do sexo como troca e também como fonte de energia, ao invés de olhar para o sexo como algo sujo, pecaminoso.


Após o sexo, o corpo e o espírito podem estar mais abertos ou dispersos, o que pode influenciar a experiência com a medicina. Por isso, recomendamos um resguardo de pelo menos um dia antes da consagração, permitindo que possamos também aproveitar a energia da vida sexual que é divina e curadora quando praticada com responsabilidade e segurança.


Há também aqueles que percebem que, dependendo da intensidade da conexão sexual e do estado de espírito da pessoa, especialmente quando casais, o uso da medicina pode ser tranquilo. No fim, a melhor resposta vem da própria experiência e do respeito ao que se sente no momento.


Álcool e Rapé


Efeitos do Álcool: O álcool tem um efeito denso sobre o corpo e a mente, podendo embotar a percepção e diminuir a conexão espiritual.


Recomendação: Nossa cultura evita o uso da medicina após o consumo de bebidas alcoólicas, pois acreditamos que o estado alterado pelo álcool pode dificultar a absorção das bênçãos do Rapé.


Período de Espera: Como regra geral, recomenda-se um período de espera de pelo menos um dia ou bem mais para que o corpo e a mente estejam mais limpos.


Riscos: Bebida alcoólica + Rapé pode ser um desastre físico e espiritual. Inclusive a maioria dos casos de morte por sopro forte de Rapé, acontece com pessoas alcoolizadas.


Rapé na Balada 3 Pode?


Questão de Intenção: Essa é uma questão que toca diretamente na intenção por trás do uso da medicina. O Rapé é uma ferramenta de conexão espiritual, cura e concentração.


Ambiente Inadequado: Se for usado em um ambiente como uma balada, onde há muita dispersão, barulho e estímulos externos intensos, o efeito pode ser confuso, desconfortável ou até mesmo contraditório à proposta original da medicina.


Jornada Pessoal: Por outro lado, cada um tem sua própria jornada com o Rapé, e há quem diga que já teve bons momentos em contextos inusitados.


Reflexão Importante: A grande questão é: qual é a sua intenção ao consagrar naquele momento? Se for para se conectar, alinhar-se e encontrar um centro interno, talvez uma balada não seja o lugar mais adequado. Mas se o uso for feito com respeito e consciência, cada um saberá avaliar como a medicina age dentro do seu próprio caminho.


Conclusão


Respeito à Tradição: O Rapé não é apenas um pó que sopramos no nariz. Ele carrega uma força espiritual e uma tradição que merece ser respeitada.


Intenção Clara: Mais importante do que seguir regras fixas, é compreender o contexto, sentir o próprio corpo e respeitar a medicina.


Uso Tradicional: Os pajés antigos só tinham contato com o Rapé quando iam desenvolver cura grande em pessoas doentes. Somente os mais velhos tinham permissão para ter contato com o Rapé.


Equilíbrio: Há um ditado nosso que diz: Rapé cura mas também derruba, depende do uso. Viver o tempo e o momento de cada coisa nos torna mais saudáveis.




 
 
 

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